29 março, 2009

Tratamento Osteopático nas Cefaleias Tensionais e Enxaquecas

A maioria dos Osteopatas já teve de tratar pacientes cujas maiores queixas são as Cefaleias e uma vez que se determine ser seguro tratá-los, existem várias opções e abordagens no plano terapêutico Osteopático.

A abordagem Osteopática concentra-se no TMO (Tratamento Manipulativo Osteopático), mas não só. Os conselhos sobre nutrição, prescrição de exercícios terapêuticos, avaliação e educação da postura, assim como envolver o paciente no seu processo de cura, fazendo-o entender bem as causas e fisiologia da cefaleia é, ou deve ser, o procedimento do Osteopata, de resto como em todas as consultas.

Importa também referir que o TMO, não são só as manipulações de grau 5. O TMO engloba uma série de técnicas, orientadas a diferentes tecidos e/ou com diferentes objectivos. O que decide a (s) técnica (s) usada (s) são os dados recolhidos no exame.

Nas Enxaquecas o TMO é especialmente útil entre os surtos, uma vez que o paciente está mais tolerante ao tratamento manipulativo (directo, indirecto, miofascial, etc). Na fase aguda da Enxaqueca, um tratamento vigoroso, pode aumentar o fluxo de sangue a uma já inflamada região vascular, o que explica a exacerbação clínica que pode acontecer após tratamento. As técnicas indirectas suaves e a drenagem linfática e venosa são mais indicadas para a fase aguda. Como há um envolvimento do SN Autónomo, o Osteopata actua a técnica na região do SN Simpático da cervical baixa, toráxica alta, costelas e tecidos miofasciais relacionados.

No tratamento das Cefaleias Tensionais, o primeiro passo é o de identificar e eliminar as potenciais fontes que despertam os sintomas, como os dentes, maxilar (ATM), os seios perinasais, ossos cranianos e cervicais, os ligamentos e os elementos miofasciais associados. Contudo, todo o resto do corpo é examinado à procura de relações anatómicas que possam influenciar este quadro. Na acção terapêutica, a disfunção somática é constantemente identificada e tratada com TMO. Disfunções vertebrais, miofasciais, crânio-sacrais, locais e regionais, são comummente encontradas.

Um ensaio clínico randomizado e controlado por placebo (Bove G, Nilson, 1998, JAMA, 280: 1576-1579), que investigava a eficácia das manipulações quiropráticas nas cefaleias tensionais, concluiu que a manipulação vertebral não tem um efeito positivo neste tipo de cefaleias.

O tratamento desta, como da maioria das patologias, deve ser multi-disciplinar. Deve haver um aconselhamento do paciente em várias áreas terapêuticas e estudos de diagnóstico devem ser aprofundados se o paciente não estiver a responder ao tratamento Osteopático.

Ref: Foundations for Osteopathic Medicine, 2nd; Osteopathy- Models for diagnosis, Treatment and Practice

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