29 outubro, 2012

Biomecânica vertebral em relação à artéria vertebral durante a manipulação cervical


Partilho com o leitor um estudo relativamente recente, do Journal of manipulative and physiological therapeutics, que no seu relatório preliminar conclui que a artéria vertebral ( AV) durante a manipulação cervical, é alongada bem dentro do limite fisiológico da sua amplitude, mais, o alongamento da AV durante a manipulação é menor, do que aquele provocado pelos testes de amplitude de movimento ( ROM Tests), que se fazem nas consultas ( de várias especialidades) para perceber a mobilidade dos tecidos. Os testes são passivos e activos e respeitam sempre os limites fisiológicos de amplitude. Este tema continua a ser bastante discutido e continua a existir a crença de alguns profissionais de saúde, mas sobretudo de pacientes, que as manipulações cervicais são potencialmente fatais pelo risco de lesão ou compressão da artéria vertebral. Por isso, escolhi este estudo, embora existam muitos mais, para ajudar a desmistificar este tema e os receios que apesar de tudo ainda permanecem em muitos pacientes.  

Preliminary report: biomechanics of vertebral artery segments C1-C6 during cervical spinal manipulation.

Abstract

OBJECTIVE:The purpose of this study was to measure strains in the human vertebral artery (VA) within the cervical transverse foramina and report the first results on the mechanical loading of segments of the VA during spinal manipulation of the cervical spine.

METHODS:Eight piezoelectric ultrasound crystals of 0.5-mm diameter were sutured into the lumen of the left and right VA of one cadaver. Four hundred-nanosecond ultrasound pulses were sent between the crystals to measure the instantaneous lengths of the VA segments (total segments n = 14) at a frequency of 200 Hz. Vertebral artery engineering strains were then calculated from the instantaneous lengths during cervical spinal range of motion testing, chiropractic cervical spinal manipulation adjustments, and vertebrobasilar insufficiency testing.

RESULTS:The results of this study suggest complex and nonintuitive strain patterns of the VA within the cervical transverse foramina. Consistent (for 2 chiropractors) and repeatable (for 3 repeat measurements for each chiropractor) elongation and shortening of adjacent VA segments were observed simultaneously and could not be explained with a simple model of neck movement. We hypothesized that they were caused by variations in the location and stiffness of the VA fascial attachments to the vertebral foramina and by coupled movements of the cervical vertebrae. However, in agreement with previous work on VA strains proximal and distal to the cervical transverse foramina, strains for cervical spinal manipulations were consistently lower than those obtained for cervical rotation.

CONCLUSIONS:Although general conclusions should not be drawn from these preliminary results, the findings of this study suggest that textbook mechanics of the VA may not hold, that VA strains may not be predictable from neck movements alone, and that fascial connections within the transverse foramina and coupled vertebra movements may play a crucial role in VA mechanics during neck manipulation. Furthermore, the engineering strains during cervical spinal manipulations were lower than those obtained during range of motion testing, suggesting that neck manipulations impart stretches on the VA that are well within the normal physiologic range of neck motion.

Referência:  2010 May;33(4):273-8.Wuest SSymons BLeonard THerzog W.

08 março, 2012

A Osteopatia pode intervir em

  • Alguns tipos de cefaleias (cervicogénica/ tensional).
  • Disfunções temporomandibulares (DTM).
  • Neuropatias (síndrome canal cárpico e outros, cervicobraquialgias, lombociatalgias, , neuralgia do trigémio, neuralgia facial, etc.)
  • Hérnias discais e outras discopatias.
  • Processos agudos e crónicos como dores musculares, degeneração articular (osteoartrose), tendinopatias, etc.
  • Capsulite adesiva do ombro, capsulite da anca e outras disfunções capsulares
  • Disfunções do sistema neuromúsculo-esquelético que alterem a homeostasia.



26 janeiro, 2012

Dieta nas Doenças Reumáticas- Conselhos para doentes obesos

Conselhos para doentes obesos



A obesidade não é só prejudicial para os gotosos, é-o também, e muito, para os doentes com artroses, sobretudo com artroses da coluna, ou seja, espondilartroses, vulgarmente conhecidas por espondiloses, e com artroses de outras articulações que suportam o peso do corpo, como as
das ancas, as dos joelhos e as dos pés.

Emagrecer, sobretudo quando se é idoso e se faz pouco exercício físico, não é fácil, sendo muitas vezes necessário recorrer à ajuda de um médico especialista. A maioria dos indivíduos, porém, engorda porque não sabe comer. Segundo o Prof. Pedro Eurico Lisboa, uma autoridade nesta matéria, os principais conselhos que se podem dar a um obeso, e que nós pontualmente adaptamos aos doentes reumáticos, são:

1.° - comer muito devagar;
2.° - mastigar muito bem os alimentos;
3.° - comer com ritual próprio, à mesa, com talheres, pratos e Travessa;
4.° - parar de comer com o estômago meio vazio;
5.° - usar as gorduras na quantidade mínima para cozinhar e temperar como, por exemplo,
algumas gotas de azeite no peixe cozido e na hortaliça, e um pouco de manteiga nas
torradas. Comer de todas as maneiras, isto é, não ingerir só grelhados e cozidos mas,
também, alimentar-se com assados e fritos, tendo o cuidado de lhes retirar a gordura;
6.° - não beber vinho nem outras bebidas alcoólicas. O álcool, para além de ser um alimento muito
rico em calorias, e que só por si engorda, tem, ainda, o inconveniente de abrir o apetite. Deve
beber-se água, mas não exageradamente, às refeições, a fim de se não distender o estômago
e aumentar o apetite;
7.° - comer uma «sopa pesada» e não um «caldinho», mas ter o cuidado de não ingerir os
alimentos que ficam depositados no prato como, por exemplo, o arroz e a massa. A
sopa enche o estômago, sacia, impedindo, assim, o uso exagerado de outros
alimentos que vão engordar;
8.° - evitar comer os farináceos (arroz, batatas, massa, etc), com excepção dos que forem
necessários para confeccionar a sopa. A carne e o peixe devem acompanhar-se com
hortaliças e não com hidratos de carbono (farináceos);
9.° - não comer pão nem ao almoço nem ao jantar, e fora destas refeições comê-lo o menos possível,
e torrado para dificultar a mastigação. O pão integral engorda mais do que o pão normal;
10.° - não comer açúcar, mesmo que este seja só para adoçar o café e outras bebidas
amargas (se o médico permitir pode usar-se a sacarina). Não comer, também, doces e
bolos que têm enormes quantidades de açúcar;
11.° -comer no mínimo seis refeições por dia: pequeno almoço, meio da manhã, almoço, lanche,
jantar e antes de deitar. A meio da manhã, pode comer-se uma peça de fruta ou um iogurte e
ao deitar um copo de leite. Ao pequeno almoço e ao lanche pode ingerir-se um copo de leite
com café e meio papo-seco torrado com um pouco de manteiga ou queijo magro. Se o tipo de
vida o permitir devem desdobrar-se o almoço e o jantar em três refeições, comendo a sopa e a
sobremesa 30 a 60 minutos antes e depois, respectivamente, da refeição propriamente dita.
Sempre que não fôr possível tomar uma das refeições referidas, deve comer-se uma bolacha
maria ou torrada;
12.° - devem fazer parte da dieta de emagrecimento,salvo indicação médica em contrário, 140 a 200
gramas de proteínas por dia, preferencialmente 100g de carne a uma das refeições principais e
100g de peixe na outra; 1 litro de leite magro diário; 2 a 4 peças de fruta por dia; 1 a 2 ovos por
semana, e vegetais à discrição;
13.° - variar o mais possível os alimentos;
14.° - fazer exercício tanto quanto possível, e não estar deitado mais do que oito horas por
noite;
15.° - pesagem diária, sempre à mesma hora, por exemplo ao deitar, e sempre com a
mesma roupa;
16.° - evitar os medicamentos para emagrecer, e tomá-los só com orientação médica;
17.° - registar as pesagens, o número de refeições diárias, ou qualquer ocorrência que
possa ser útil ao médico assistente.

Ref: DOENÇAS REUMATICAS- A dieta, A osteoartrose, As férias, A cirurgia. Queiroz, Mário Viana de

Dieta na Artrite Reumatóide

Na prática clínica reumatológica, a dieta é fundamental para o tratamento dos doentes obesos, seja qual for a sua doença reumática, e importante para o tratamento da gota única, da osteoporose, da artrite reumatóide e de outras doenças inflamatórias crónicas.

Conselhos aos doentes com artrite reumatóide

Os doentes com artrite reumatóide estão frequentemente emagrecidos e carenciados em ácido fólico, ferro, zinco e outros sais minerais, bem como em vitamina B6 e vitamina C. A dieta destes doentes deve ser rica e variada, com uma quantidade suficiente de proteínas, sais minerais e vitaminas, o que na prática se traduz por 140-200 gramas de carne ou peixe por dia e abundante ingestão de vegetais e de frutos. Os doentes com artrite reumatóide a tomar corticoesteróides devem evitar o uso de sal, ingerir alimentos ricos em potássio (verduras, laranjas, bananas), não ingerir demasiados hidratos de carbono e comer alimentos ricos em cálcio (leite, queijo, iogurtes).

Ref: DOENÇAS REUMATICAS- A dieta, A osteoartrose, As férias, A cirurgia. Queiroz, Mário Viana de

A dieta na Gota úrica










Na prática clínica reumatológica, a dieta é fundamental para o tratamento dos doentes obesos, seja qual for a sua doença reumática, e importante para o tratamento da gota única, da osteoporose, da artrite reumatóide e de outras doenças inflamatórias crónicas.

Há todavia a ideia generalizada entre o grande público que a dieta é uma medida básica e, por vezes, só por si suficiente para o tratamento de todas as doenças reumáticas, o que é um erro. Na verdade, raro é o doente, sofrendo de artrite crónica, que não fez já uma ou mais dietas sugeridas por familiares, amigos, vizinhos, artigos dos jornais, locutores da rádio, comentadores da televisão, etc, etc. Esta falta de esclarecimento que leva os doentes frequentemente a gastar muito dinheiro em alimentos inúteis, pode ser dramática e até conduzir à morte. Têm estado internados, no hospital onde trabalhamos, doentes com doenças reumáticas graves, em risco de vida, por haverem abandonado os medicamentos que lhes vinham sendo prescritos pelos seus médicos e iniciado um falso tratamento à base de dietas, as mais variadas.

Outro erro comum entre os doentes reumáticos é pensarem que todas as doenças reumáticas são provocadas por um excesso de ácido úrico no sangue, o que os leva a privarem-se de numerosos alimentos, sem qualquer benefício.

A única doença provocada por uma predisposição herdada para a produção aumentada de ácido úrico é a gota.

Conselhos para doentes com Gota

A gota única beneficia, efectivamente, com um dieta pobre em purinas, isto é, em proteínas precursoras do ácido úrico. Os alimentos ricos em purinas, que enumeraremos adiante, podem desencadear um crise aguda de gota como acontece, por exemplo, aquando de uma refeição abundante e/ou rica em carne, em especial de porco, ou de um abuso de álcool. No decurso de uma crise aguda de gota o doente deve fazer refeições ligeiras, preferencialmente à custa de vegetais, frutos e leite. O álcool está formalmente proibido devendo, ao contrário, beber-se grande quantidade de água de modo a eliminarem-se 2 litros por dia de urina e, assim, excretar-se grande quantidade de ácido úrico. Entre as crises devem evitar-se os alimentos ricos em purinas como a carne de porco, a «charcuterie» e o álcool, nomeadamente a cerveja e as bebidas com grande teor alcoólico como a aguardente, o whisky, o gin, o vinho do Porto e da Madeira, o champanhe, os licores, etc. Pode permitir-se a ingestão de um copo de vinho a cada refeição. Outros alimentos muito ricos em purinas como a carne de caça, os mariscos, as vísceras de animais (rins, figado, coração), os miolos e as conservas (sardinhas, anchovas, etc.) devem ser evitados. A carne magra, as gorduras, o café, o chá e o chocolate deverão ser consumidos com moderação. No regime dietético destes doentes deve incluir-se a ingestão de 2 a 3 litros diários de água com poucos sais minerais, como por exemplo a água do Luso, ou se não houver contra-indicação médica, uma água ligeiramente alcalina, como a água de Vidago. A água, como já dissemos, contribui para diluir e eliminar o ácido úrico. A água alcalina transforma a urina ácida em urina alcalina, o que é muito importante visto o ácido úrico poder precipitar-se na urina ácida e formar cálculos renais, isto é, pedras nos rins. Os doentes gotosos têm quase sempre peso a mais, contribuindo a obesidade para o aumento do ácido úrico no sangue.  Nenhum doente gotoso está bem tratado se estiver obeso.

Ref: DOENÇAS REUMATICAS-A dieta,A osteoartrose,As férias,A cirurgia.Queiroz,Mário Viana de

25 janeiro, 2012

Sistema Límbico- o Sistema Emocional


O investigador Robert Sapolsky fala do sistema límbico como o componente emocional do sistema nervoso. É sempre muito interessante acompanhar a ciência de investigação a quebrar barreiras e derrubar conceitos enraízados, mas falsos. A aproximar-se de outras correntes, de outros conhecimentos, de outras verdades. 

03 janeiro, 2012

Why Things Hurt ( "porque é que as coisas doem")



O Neurocientista Lorimer Moseley, investigador e escritor sobre o tema da dor, em particular da dor crónica, explica com muito humor e de forma simples, porque é que as "coisas" doem e como grande parte das vezes, a dor, é um "truque do cérebro" que se torna demasiado protector.