23 janeiro, 2015

Aula- Exercício Estabilização Segmentar



A estabilização segmentar é muito importante em pacientes sintomáticos com hipermobilidade, quer tenham discopatia ou outras alterações. Nestes pacientes, a reeducação e reequilíbrio postural são tão ou mais importantes que o tratamento manual.

The Effect of Abdominal Stabilization Contractions on Posteroanterior Spinal Stiffness

Tasha Stanton, BSc, PT, MScRS,*† and Greg Kawchuk, DC, PhD*
Study Design. Intrasubject controls with randomized
intervention order.

Objective. To quantify the immediate change in posteroanterior (PA) spinal stiffness produced by different combinations of trunk muscle contraction.

Summary of Background Data.

The abdominal hollow and the abdominal brace are 2 different combinations of trunk muscle contractions that are commonly prescribed to increase spinal stability. Unfortunately, the immediate effect of these different contractions on spinal stiffness (one indicator of spinal stability) has not yet been quantified directly.

Methods.

Twenty-eight asymptomatic subjects were taught abdominal hollow and brace contractions then performed them in a randomized order framed by periods of rest. Surface electromyography and B-mode
ultrasound confirmed that all contractions were performed appropriately. During each test condition (hollow, brace, and rest), a noninvasive indentation technique was used to quantify PA spinal stiffness. A repeated measures analysis of variance was used to
assess the significance of changes in the PA spinal stiffness between test conditions.

Results.

Both the abdominal hollow and abdominal brace contractions increased PA spinal stiffness significantly when compared with the rest condition (P 0.001). When the abdominal hollow and brace contractions were compared with each other, the abdominal
brace contraction produced significantly greater PA spinal stiffness (P 0.05).

Conclusion.

In asymptomatic subjects, the abdominal brace contraction provided an immediate PA stiffening effect that was significantly greater in magnitude when compared with conditions of rest and abdominal
hollowing. These findings may allow clinicians to better match commonly prescribed contraction-based interventions with specific patient needs. Future work is required to assess the long-term effect of repeated abdominal brace and hollow contractions on PA spinal
stiffness and low back pain.

21 janeiro, 2015

Aula- mobilização segmentar, o princípio de extensão de McKenzie e harmónica.

Mais um pequeno excerto em que incorporo mobilização segmentar, o princípio de extensão de McKenzie e harmónicas. 




A este respeito deixo um estudo, que como outros, podem induzir em erro se não se tiver um pensamento crítico. Este estudo não inclui pacientes com lombalgia aguda + neuropatia. Bom, o princípio de McKenzie é muito eficaz precisamente na centralização de dor e portanto quando há compromisso neural, precisamente porque ajuda a reabsorver o edema e estimula a síntese proteica (por ação mecânica) no anel fibroso. O fenómeno de centralização é extraordinário e exercícios de McKenzie (passivos e activos), se adequados, permitem, para além do que disse, o aumento do movimento de extensão articular, tão importante para uma biomecânica apropriada. São também, a meu ver, uma óptima ferramenta que se pode dar ao paciente para os períodos de intervalo da terapêutica. Com sempre não há receitas milagre.

The effectiveness of the McKenzie method in addition to first-line care for acute low back pain

Abstract


Background: 

Low back pain is a highly prevalent and disabling condition worldwide. Clinical guidelines for the management of patients with acute low back pain recommend first-line treatment consisting of advice, reassurance and simple analgesics. Exercise is also commonly prescribed to these patients. The primary aim of this study was to evaluate the short-term effect of adding the McKenzie method to the first-line care of patients with acute low back pain.

Conclusions: 

When added to the currently recommended first-line care of acute low back pain, a treatment programme based on the McKenzie method does not produce appreciable additional short-term improvements in pain, disability, function or global perceived effect. However, the McKenzie method seems to reduce health utilization although it does not reduce patient’s risk of developing persistent symptoms.

14 janeiro, 2015

Aula- Mobilização neural do Ombro


Mais um excerto de uma aula de pós-graduação , desta vez sobre 'ombro'. Neurodinâmica dos nervos axilar e supra-escapular...I love this stuff!!! Com a cortesia do José Carvalho. 


10 janeiro, 2015

Aula- técnicas de tracção segmentar e neurodinâmica do plexo braquial e sagrado

Um excerto de uma aula minha com o tema 'hérnias discais', num curso de pós-graduação para Osteopatas . O excerto mostra algumas técnicas de tracção segmentar e neurodinâmica do plexo braquial e sagrado em casos agudos de procidências ou hérnias discais. Agradeço ao José Carvalho por me ter enviado o video. Grande turma!


09 janeiro, 2015

A sinusite e a terapêutica Osteopática

A Sinusite é uma inflamação das membranas mucosas dos seios perinasais. Os seios perinasais são cavidades cheias de ar situadas no interior dos ossos circundantes ao nariz, que estão em comunicação directa com as fossas nasais. Existem quatro seios perinasais em cada lado da cara: seios maxilares (encontram-se no interior de cada osso maxilar superior), seios frontais (situam-se no interior do osso com o mesmo nome, por cima das sobrancelhas), seios etmoidais (situadas na textura de cada um dos ossos etmóides, entre as fossas nasais e as órbitas oculares ) e seios esfenoidais (estão inseridos no esfenóide, o osso que forma a parte central da base do crânio).

Os seios têm várias funções. Têm a função de humedecer e aquecer o ar antes de entrar nos pulmões para as trocas gasosas. Têm uma função imunológica, uma vez que dentro destes seios (sinus) são produzidos grandes quantidades de muco, como forma de filtrar o ar e "prender" as bactérias ou outro material. O muco é depois escoado pela nasofaringe se for engolido ou pela cavidade nasal se for expelido.

Nos casos em que a drenagem do muco é insuficiente, existe o risco de inflamação dos seios parinasais, provocando aquilo a que se chama sinusite.

A sinusite pode ser aguda e sem o tratamento adequado a infecção pode estender-se as estruturas vizinhas, como ao ouvido pela trompa de Eustáquio, originando complicações ou tornando-se crónica. O sintoma mais comum, para além da obstrução, é a chamada cefaleia rinogénica, comumente associada à nasossinusal. 

A abordagem da Osteopatia foca-se numa melhor drenagem das secreções (muco) e na mobilidade dos ossos do crânio. Interessa-lhe a relação entre os ossos etmóide, esfenóide, maxilar e frontal. Os ramos oftálmico e maxilar do nervo trigémio são o responsáveis pela sensibilidade dos seios e mucosas nasais, em particular o nervo etmoidal anterior como o principal responsável pela sensibilidade da região normalmente desencadeante de dor. A relação biomecânica entre o crânio, pescoço, tórax e ombros, pois o compromisso de relação entre estas regiões, pode levar a um compromisso de drenagem.

Para além das relações anatómicas directas, o Osteopata tem que pensar globalmente e assim na relação do SN Autónomo pela função de regulação da mucosa nos seios perinasais.

Com isto em mente, a terapêutica deve focar-se nas técnicas cranianas (reequilibrio parassimpático, respiração primária, neuromenínges), na mobilização neural (ramo oftálmico e maxilar), drenagem linfática do crânio, cervical e tórax, na mobilização cervical e charneira cérvico-dorsal (gânglios simpáticos).

04 janeiro, 2015

A Tensegridade e o síndrome do túnel cárpico.






A biotensegridade defende um novo paradigma de anatomia e movimento. Uma anatomia viva, funcionalmente una, não meramente esquemática e regional. Defende que os ossos flutuam dentro do tecido conjuntivo (músculos, fáscias, etc.) e as articulações são âncoras que dissipam forças. A interligação do tecido conjuntivo faz-se pelas muitas anastomoses (ligações) que os músculos têm entre si e pela fáscia que os envolve. O desenvolvimento da anatomia, biomecânica e matemática aplicada olha cada vez mais para o movimento do corpo humano em 4 dimensões. Todos os pontos estão inter-ligados entre si e um aumento de compressão num sítio, faz aumentar a tensão noutro e assim sucessivamente. As possibilidades são múltiplas!

O síndrome do túnel cárpico (STC) significa uma compressão do nervo mediano no canal cárpico, no punho, um canal osteo-fibroso formado pelos ossos do carpo, pelo ligamento transverso do carpo, retináculo flexor e músculo fedor carpi radialis e palmaris longus.O nervo mediano é um nervo misto, isto é, dá informação motora a alguns músculos da eminência tenar e intrínsecos da mão, flexores do punho e pronadores do antebraço, assim como, informação sensitiva da região palmar da mão, da face palmar dos 3 primeiros dedos e metade do 4º e da face dorsal dos mesmos. Com o maior número de fibras simpáticas, o nervo mediano tem um grande papel na função vaso-motora do braço e mão.
O que torna o diagóstico de STC interessante, é que a compressão do nervo mediano muitas vezes não acontece pelas interfaces que constituem o túnel cárpico, mas por outras estruturas ao longo do trajecto do nervo. Como sempre uma visão holística do paciente é o que oferece melhores resultados. Vejamos a anatomia do nervo mediano:
Composto por ramos dos troncos médios, superiores e inferiores do plexo braquial, o nervo mediano começa-se a formar após a passagem pelo pequeno peitoral quando acompanha a artéria axilar lateralmente. Na passagem pelo septo intermuscular médio (onde é palpável), cruza esta artéria medialmente e atinge o seu ponto mais anterior no sulco bicipital, medialmente desta vez à artéria bicipital. Estas 2 regiões (septo e sulco) podem ser um local de compressão e interferir com a mobilidade do nervo- as aponevroses no septo intermuscular e o ligamento de Struther nos epicôndilos são as interfaces mais responsáveis pela componente neurogénica do quadro clínico. Logo abaixo, no sulco bicipital ( onde o nervo é bem superficial e melhor palpável), a interface protagonista é o redondo pronador que pode ser uma causa de compressão pela proximidade do nervo com a sua inserção no processo coronóide do cúbito. Já no punho, no túnel cárpico, formado pelo- retináculo flexor, os tendões do flexor radial do carpo e longo palmar, bem como a parede dos ossos do carpo- estes sim, podem constituir uma causa para o verdadeiro ‘sindrome do tunel cárpico’. Topográficamente pode-se relacionar o nervo mediano também com o grande dorsal, grelha costal, diafragma, grande dentado, entre outros. Isto é relevante no raciocínio seguinte:

Caso clínico

Doente, 57 anos, diagnóstico de ‘STC’ direito há 6 meses. História clínica de lombociatalgia esquerda, anterolistese de grau III da L5.

Raciocínio (após a avaliação): Se pegarmos na dinâmica da bio-tensegridade (passo a redundância), o encurtamento (por proteção) do músculos longissimus, Iliocostais, múltifidus, do lado esquerdo, todos com inserções dorsais, cervicais, e crânio, criaram um padrão de encurtamento lombodorsal esquerdo (para além dos músculos supra, tb o pequeno dentado e intercostais inferiores) - encurtamento (por compensação) dorso-cervical direito (grande dentado, grande rombóide, fibras inferiores do trapézio) - encurtamento cervical esquerdo (compensação). A olho nú traduz-se num visível estiramento da fibras médias do trapézio e angular da omoplata (ombro direito mais baixo). Na verdade esta paciente tinha alívio com a compressão do nervo ao nível do punho (flexão da mão). Isto só quer dizer uma coisa: a compressão do nervo mediano era na verdade um excesso de tensão ao longo do trajecto do nervo (activando os mecanoreceptores) e com isso a dificuldade em também se deslizar pelas suas interfaces. Na verdade, o excesso de tensão do nervo mediano direito, tem como causa primária a compressão e tensão do grande nervo ciático esquerdo (influência do neuroeixo). Na verdade todos os músculos que referi, ou têm anastomoses entre si ou estão ligados por fáscias. Isto é anatomia viva. Esta é a rede que nos interliga até ao nível celular. O meu tratamento inclui-o todos estes factores e tanto a mobilização neural, como das estruturas miofascias e articulares assentaram no princípio do tesserato, ou seja, no movimento em 4 dimensões.

Pode ver mais sobre o STC aqui http://osteopatia-aartedotoque.blogspot.pt/2010/09/sindrome-do-canal-carpico.html