14 março, 2008

Metatarsalgia, Síndrome de Morton e Neuroma de Morton.





METATARSALGIA


Dor sentida nas cabeças dos metatarsos, mais precisamente nos quatro últimos metatarsos. A dor e a formação de calo sob as cabeças metatársicas mediais decorrem da alteração da biomecânica da sustentação de peso. Entre as causas da metatarsalgia destaca-se: A Artropatia Inflamatória que pode provocar sinovite nas articulações metatarsofalângicas e processos mecânicos como a sobrecarga plantar ou o calçado inadequado.
Os sintomas característicos são: dor tipo mecânica (que aparece tanto em pé como na marcha); tumefacção na planta do pé (poderão aparecer calosidades na superfície plantar em todas as cabeças dos metatarsos) e por fim, existirá alteração significativa da marcha, pela dor provocada pela carga no ante pé, sendo assim, o paciente caminhará apoiando no retropé.

NEUROMA DE MORTON OU NEURINOMA DE MORTON

Usualmente no terceiro espaço interdigital, pelo facto de ser a união entre ramo lateral e medial dos nervos digitais plantares, o qual fica engrossado e comprimido pelo terceiro espaço. A presença de maior mobilidade no quarto espaço metatársico em relação ao terceiro favorece a ocorrência de microtraumas. A incidência é maior nas mulheres, acima de 40 anos, pela preferência em usar calçado de salto alto, o que favorece a compressão do nervo contra o ligamento intermetatársico pela hiperextensão da articulação metatarsofalângica.

SÍNDROME DE MORTON OU SÍNDROME DOLOROSO DO ESPAÇO INTERMETATÁRSICO

É uma metatarsalgia da segunda cabeça metatársica, que em função de o primeiro osso metatársico ser curto demais e o segundo mais longo, passa a sustentar o peso, provocando
espessamento do osso e consequentemente dor. A clínica consiste em dor aguda que piora com a marcha ou quando se fica na ponta dos pés.
Importa salientar que estas patologias são mais frequentes no sexo feminino do que no masculino, embora a prática clínica nos diga que, se ocorrer sobrecarga e/ou alteração mecânica do pé, a prevalência é igual para ambos os sexos.

Tratamento conservador

(Como exames complementares de diagnóstico, pode-se solicitar a radiografia, para exclusão de outras patologias como fractura por stress dos metatarsos, a Ecografia e/ ou Ressonância Nuclear Magnética.).

1. Uso de anti-inflamatórios orais na fase aguda.

2. Alterações na biomecânica: Uso de almofadas metatársicas específicas facilmente encontradas no mercado, para distribuição do peso aliviando a sobrecarga na região afectada.

3. A escolha do calçado é importante, e com isso, uma avaliação dos arcos plantares e da posição do seu pé na marcha, por isto, o aconselhamento com um podologista é valioso e o melhor tratamento é sempre multi-disciplinar.

4. Fisioterapia- Exercícios proprioceptivos: sendo aqueles que provocam desequilíbrios, cama elástica, andar em linha recta, giro-plano, agentes externos: Ultra- Sons, TENS, etc.

5. O tratamento cirúrgico às vezes é eficiente se outros tratamentos não obtiverem o resultado esperado.

Tratamento Osteopático

Manipulação/ Mobilização dos metatarsos e dos dedos, para aumentar mobilidade, espaço inter-metatársico, relação interface-nervo e drenagem de enxudado. 

Mobilização das estruturas biomecânicas de todo o membro inferior e cintura pélvica é crucial no entendimento da globalidade do paciente.

A manipulação dos tecidos mio-fasciais pode ser bom recurso.

A mobilização do nervo tibial e ramos plantares internos externos, associando ao tronco ciático.

Exercícios de fortalecimento e alongamento podem ser recomendados.