09 janeiro, 2015

A sinusite e a terapêutica Osteopática

A Sinusite é uma inflamação das membranas mucosas dos seios perinasais. Os seios perinasais são cavidades cheias de ar situadas no interior dos ossos circundantes ao nariz, que estão em comunicação directa com as fossas nasais. Existem quatro seios perinasais em cada lado da cara: seios maxilares (encontram-se no interior de cada osso maxilar superior), seios frontais (situam-se no interior do osso com o mesmo nome, por cima das sobrancelhas), seios etmoidais (situadas na textura de cada um dos ossos etmóides, entre as fossas nasais e as órbitas oculares ) e seios esfenoidais (estão inseridos no esfenóide, o osso que forma a parte central da base do crânio).

Os seios têm várias funções. Têm a função de humedecer e aquecer o ar antes de entrar nos pulmões para as trocas gasosas. Têm uma função imunológica, uma vez que dentro destes seios (sinus) são produzidos grandes quantidades de muco, como forma de filtrar o ar e "prender" as bactérias ou outro material. O muco é depois escoado pela nasofaringe se for engolido ou pela cavidade nasal se for expelido.

Nos casos em que a drenagem do muco é insuficiente, existe o risco de inflamação dos seios parinasais, provocando aquilo a que se chama sinusite.

A sinusite pode ser aguda e sem o tratamento adequado a infecção pode estender-se as estruturas vizinhas, como ao ouvido pela trompa de Eustáquio, originando complicações ou tornando-se crónica. O sintoma mais comum, para além da obstrução, é a chamada cefaleia rinogénica, comumente associada à nasossinusal. 

A abordagem da Osteopatia foca-se numa melhor drenagem das secreções (muco) e na mobilidade dos ossos do crânio. Interessa-lhe a relação entre os ossos etmóide, esfenóide, maxilar e frontal. Os ramos oftálmico e maxilar do nervo trigémio são o responsáveis pela sensibilidade dos seios e mucosas nasais, em particular o nervo etmoidal anterior como o principal responsável pela sensibilidade da região normalmente desencadeante de dor. A relação biomecânica entre o crânio, pescoço, tórax e ombros, pois o compromisso de relação entre estas regiões, pode levar a um compromisso de drenagem.

Para além das relações anatómicas directas, o Osteopata tem que pensar globalmente e assim na relação do SN Autónomo pela função de regulação da mucosa nos seios perinasais.

Com isto em mente, a terapêutica deve focar-se nas técnicas cranianas (reequilibrio parassimpático, respiração primária, neuromenínges), na mobilização neural (ramo oftálmico e maxilar), drenagem linfática do crânio, cervical e tórax, na mobilização cervical e charneira cérvico-dorsal (gânglios simpáticos).

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